sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O cinema visto por novos "olhos"


Sexta-Feira, dia 17 de dezembro de 2010.
Hoje venho aqui postar sobre a experiência que absorvi ao ver, em Juiz de Fora, o primeiro filme em 3D. Não entrarei em detalhes sobre o filme. Não contribuirá em nada para o que será escrito a seguir.
Como venho, há tempos, abrindo um espaço nesse blog para tratar da famosa "Indústria Cultural", penso que a nova tecnologia (3D) é fundamental para compreendermos o que significa a modernidade em que estamos inseridos, ainda mais no que tange os meios de comunicação. Em uma passagem da publicação de Renato Lessa em seu blog grandes quimeras de nonada, o mesmo afirma que se Euclides da Cunha diz que o Sertão é antes de tudo um forte, o brasileiro é antes de tudo um telespectador (LESSA, Renato. 2010).
O que pretendo tratar aqui é a potencialidade que a "indústria cultural" tem para massificar seus produtos, de construir e modelar as preferências do consumidor e depois vender seus produtos fazendo o consumidor acreditar que ele consome por vontade própria, "encanta" a vida de todos nós com seus produtos que encobrem a triste e dolorosa realidade de nossa sociedade, faz com que acreditemos que os fatos novelístiscos e vistos em filmes façam parte da nossa vida real, ditando como devemos agir e pensar ou seja, nos manipulando, e a pior de todas, alienar e neutralizar as forças desse consumidor, através de artifícios de distração, adrenalina, etc. Isso tudo se dá graças aos avanços tecnológicos que vêm acontecendo nessa área. Entre esses avanços tecnológicos cito o "óculos 3D".
Esse "mágico" instrumento tem o poder de nos levar para dentro das telas do cinema, possibilitando, nós espectadores, de nos imaginarmos dentro das cenas que naquela telona se passa. Essa tecnologia nada mais nada menos nos cega, nos integra ao mundo encantado do cinema, lançando sobre nossa realidade desigual e selvagem, construída pelo modo de produção capitalista, um pano preto que nos impossibilita de enxergarmos além daquilo que "eles", a elite intelectual, econômica e política, querem que enxerguemos, aquilo que os tornam grandes, onipotentes, superiores a todos nós, raptando todos os ideais de democracia, igualdade, república, etc.
Se esses "óculos mágicos" fossem iguais a óculos de sol que nos protegem da irradiação Solar e a própria irradiação fosse a verdade que está querendo entrar em nossa consciência, nós apenas viramos as costas para esta ao usarmos tais "óculos". Estamos cooptados por esse sistema desigual, egoísta, que exclui todos os direitos humanos em troca do lucro. Estamos neutralizados, não sentindo dentro de nós a força que temos para mudar tal situação, graças a essa indústria capitalista que nos agride sem causar dor aparente, mas que esconde a verdadeira realidade.

Um comentário:

Leonardo Azevedo disse...

Matheus, mto legal esse seu blog, não sabia que tinha... já li alguns dos seus textos aqui. Muito legal isso, de escrever sobre diferentes coisas. Não concordo necessariamente com tudo que você diz, mas parabéns pela iniciativa, muito legal mesmo...