quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

"Todo Poderoso Mazembe"


Quarta- Feira, dia 15 de Dezembro de 2010.
Ontem, o Sport Clube Internacional (avaliado em 77,2 milhões de reais), de Porto Alegre, foi derrotado por um inusitado clube do Congo, O "Todo Poderoso Mazembe" (Avaliado em 4,7 milhões de reais). Foi um balde de água fria para todos aqueles torcedores colorados que já cantavam vitória, até para torcedores de outros times (como eu) que estavam apoiando o Inter nesse Mundial de Clubes.
Muito do que eu ouvi na semana que antecedeu o jogo entre esses dois clubes foi a vitória fácil que o inter iria "arrancar" encima do Mazembe. Afinal, um time Africano, sem histórico nenhum no "livro do futebol" seria um alvo fácil para o Colorado Sulista, o qual já tem em sua "garagem" 1 Mundial de Clubes, 3 Brasileiros, etc. etc. Mas o "impossível" aconteceu.
Se compararmos as infra-estruturas de ambos, notaremos que, disparada, a do Inter é melhor. Seu Centro de Treinamento é de causar inveja, sua divisão de base enche os olhos de times como Barcelona, Real Madrid, entre muitos outros. Isso pode ser confirmado com exemplos de jogadores como Alexandre Pato e o garoto Andrigo, nova revelação do Inter.
Porém, se analisarmos o jogo de ontem baseados apenas nas infra-estruturas, no sentido marxiano da palavra, o Inter passaria para a final. Mas não passou. O que está em jogo então? O que explica a vitória do Mazembe? Claro que poderíamos dar infinitas atribuições técnicas futebolísticas para a derrota do inter, mas não é essa minha intenção; mesmo pelo fato de eu não ter tal capacidade técnica. Minha intenção aqui é de afirmar, contrapondo nosso clássico Karl Marx, que as infra-estruturas não determinam as superestruturas, mas que isso se dá numa relação inversa. Ele estava errado. Se essa afirmação marxiana estivesse correta, o Inter seria o grande vencedor e não perderia por 2 x 0. Talvez seja uma empolgada interpretação do futebol visto pela linha de pensamento das Ciências Sociais, mas que nos traz respostas ao que queremos compreender. Talvez fosse muito mais preciso avaliar a derrota do Inter por um viés futebolístico, talvez não. Mas uma interpretação econômica estrutural não é a justificativa para o ocorrido. A linguagem econômica não corresponde com o fato.
Uma coisa eu sei: O Sport Clube Internacional entrou sim com um clima de já ganhei (por seus torcedores ou jogadores), tendo em vista o primeiro jogo contra um time AFRICANO, manifestando uma forma de preconceito (não racial) e à ma fase da Inter de Milão (que nem sabe se passará para a final), também com uma preção da diretoria para que a taça do Mundial de Clubes fosse levantada, repetindo o fato histórico de 2006. Tudo isso, juntado com o nervosismo da estréia e da insegurança dentro de campo levou o Inter a derrota.

Nenhum comentário: