quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quem é que manda?



Quinta-feira, dia 16 de dezembro de 2010. É com muita indignação que publicarei o artigo a seguir.
O fato é recente; o ocorrido se deu ontem, dia 15 de dezembro: O reajuste salarial para a presidência, ministros e deputados. Não foi um reajuste pequeno, mas, de 149%, elevando o salário de todos eles à aproximadamente 26 mil reais, o que antes cobria a casa dos 11 mil reais.
Mas o que me incomoda não é o isolado caso do reajuste salarial, pois para mim, consigo pensar que pela postura que o cargo exige, por todo comprometimento e por toda responsabilidade nivelada nacionalmente, o salário possa ser válido. O problema vai muito mais além.
O que pretendo trazer aqui é a capacidade que nossos representantes têm de transformar o público em particular. Isso se transfigura em "Patrimonialismo", nas palavras de Sérgio Buarque de Holanda, mas, por outro lado, não soa bem aos ouvidos de outros sociólogos. O grande problema pode ser encontrado, primeiramente, no tempo levado para que tal proposta fosse aprovada, tanto na câmara quanto no senado. Foram 5 minutos de muita vergonha na cara, de agressão à população brasileira, cuja indignação até o presente momento só se dá em pensamento, nada de praticidade.
5 minutos foram suficiente para aprovarem tal proposta. Está ai a questão. Por outro lado, gostaria de convidá-lo, leitor, a refletir, pensando em quanto tempo uma REFORMA POLÍTICA seria aprovada. Isso se ela fosse levada ao Congresso. Quanto tempo e qual o índice de aprovação do FICHA LIMPA. Quando que os professores da rede pública conseguirão o seu tão lutado aumento? Quando nossos representantes vão tomar medidas, criar políticas públicas eficientes para erradicar a desigualdade (em nosso país existem famílias que sobrevivem com R$ 108,00 mensais). São perguntas a se fazer em momentos como esse.
Outra questão se refere a situação política, social e econômica do nosso país. Vemos um país direcionado por uma elite burguesa que pensa que o público é privado e vende, num ar coercitivo, suas ideologias a massa, que em sua história de movimentos sociais, sempre se viu reprimida pelo ESTADO, cooptada pelo mesmo, o qual é instrumento dessa elite. Podemos pensar que o antigo salário desses representantes não tinha um "teto" de 11 mil, aproximadamente, mas, pelo contrário, seu "chão" era esse. O uso de "teto" salarial e "chão" salarial serve, aqui, para nos mostrar que o salário pago por nós, sociedade civil, fundadoras do Estado, não é o único dinheiro que eles recebem. Não nos deixemos iludir e mascarar o dinheiro "sujo" que eles recebem de empresas particulares (em suas campanhas, etc.) para atenderem suas necessidades, venderem suas ideologias de maneira coercitiva à sociedade civil. É esse Estado que legaliza a dominação do PARTICULAR SOBRE O PÚBLICO, que favorece o desenvolvimento deste "capitalismo selvagem", que é capaz de matar pessoas em troca de 1 centavo.





Esta na hora de começarmos a agir, pois o "mundo das idéias" não salva ninguém, não muda nada. Transformemos nossos pensamentos indignados em movimentos sociais que levantem as massas, para que lutem por seus direitos.

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