sábado, 26 de março de 2011

Democracia Cosmopolita?


O título é bem sugestivo. O que pretendo tratar aqui tange duas problemáticas: teórica e realista. Teórica quando trato da democracia em seus princípios ideológicos (em si). Realista quando trato da democracia da vida prática, da ideologia objetivada (para si). A base desse artigo são as medidas contra o governo de Muammar Kadafi – cerco aéreo, bombardeios as tropas do exército e civis inocentes (para não sermos obscuros), etc. -.
A Organização das Nações Unidas, juntamente com os “exemplos” de sociedades democráticas (E.U.A, Inglaterra e França) e outros países da liga árabe, promoveram ataques aéreos ao país de Kadafi (Líbia), como medida de assegurar os movimentos de libertação do povo árabe que aquela região habita. Esses países, segundo seus discursos mundiais, reproduzem uma vontade única: que a democracia se espalhe pelo Oriente e, consequentemente, que os direitos humanos sejam soberanos.
Todo o mundo tem ou tinha acompanhado essa revolução pelos variados meios de comunicação disponíveis, tomando consciência do que se tratava tal levantamento popular. A condição da população Líbia é de extrema desigualdade, fragmentação política, desarticulação de uma sociedade civil organizada. Em resumo, fruto de um patrimonialismo barato ao Estado e caro à população. Patrimonialismo esse patrocinado pelos neo- imperialistas norte- americanos e britânicos (tomemos consciência). Para não fugirmos da empiria basta lembrarmos quando os E.U.A retiraram a Líbia do quadro de terroristas, abrindo as portas assim para um relação comercial imperialista, em que um fornecia petróleo e o outro armas e implantação de multinacionais . Com a Inglaterra a Líbia assinou em 2004 o “Acordo no Deserto”, que dava direito aos britânicos de explorarem o petróleo Líbio.
Agora as relações mudaram. As rédeas do conflito foram tomadas pelos países. E.U.A, Inglaterra e França bombardeiam a Líbia fazendo discursos democráticos para cima e para baixo, apoiando uma democracia cosmopolita. Mas, se pensarmos mais um pouco sobre esses discursos democráticos, veremos uma falácia pelo ar. Se a democracia deve ser cosmopolita por que também não atacam a China? Até onde eu sei e espero que vocês também saibam a China não tem nada de democrático, muito pelo contrário. Mas quem atacaria o país que mais cresce economicamente no mundo? Sendo assim, objeto que o interesse de E.U.A, Inglaterra e França não tem nada de democrático,mas sim de imperialista. A democracia desses países ditos democráticos não passa de se seus territórios, pois uma vez que passar, poderá se tornar um problema para eles mesmos, pondo suas condições de exemplos de sociedade pelo ralo. O interesse não é apenas econômico; é moral, ético, social, político, etc., tudo dentro do padrão capitalista moderno.
A ideia de Democracia Cosmopolita, na sociedade em que vivemos, é mera profecia.

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