terça-feira, 29 de março de 2011

O racha do Partido Verde (PV)


O fato é recente, o Partido Verde que tem em Marina Silva sua principal protagonista (resultado visível nas eleições do ano passado) está passando por um dos momentos mais complicados de um partido que é novo na cena política: um racha em sua estrutura política e ideológica.
Tudo começou com um movimento que se orientava para uma democratização interna do partido. Marina Silva, Fernando Gabeira e uma grande parte do partido se posicionavam contra a realidade do partido, que tem como líder Sarney Filho, há doze anos no cargo.
Mas, se esse movimento de democratização da estrutura do partido não deu certo não é para nos espantar. Mas, se vivemos em uma “democracia”, por que uma tentativa de democratizar uma instituição política de representação não é democrática? Max Weber responde claramente essa pergunta nos escritos de sua obra Parlamentarismo e Governo numa Alemanha reconstruída.
Novamente toco nesse ponto relacionado à condição dos partidos e, recorrendo ao clássico e ao mesmo tempo moderno Max Weber, acredito ter encontrado a melhor descrição para eles: os partidos políticos são instituições que atuam como empresas. Como empresas, visam apenas à sobrevivência de sua instituição e o lucro (econômico e político) que ela pode proporcionar aos “donos do partido” (não a todos os integrantes). Sua função é distribuir cargos políticos para expandir suas relações de poder. Ainda não satisfeito com essa determinação de partido político, recorro à realidade para afirmar que o próprio partido tem em suas bases eleitorais grandes (no sentido de acumulo de capital) empresários da sociedade brasileira, como exemplo um dos presidentes da Natura e que no ano passado foi as urnas como o vice- presidente de Marina Silva.
Esse racha do/no P.V pode significar muitas coisas e, entre elas destaco a que para mim significa muita coisa: O enfraquecimento de uma representante partidária que surpreendeu a todos com 20% dos votos da população brasileira. Tudo bem que uma indeterminada percentagem desses votos não foi destinada a ela por compartilhamento de ideologia, mas por insatisfação com os outros candidatos de peso (Dilma Roussef do PT e José Serra do PSDB).
A pauta ambiental (Consciência e Desenvolvimento Sustentável) aderiu uma grande parte da massa, mas ainda não provocadora de resultados almejados pelo Partido Verde. Mas essa é uma questão geracional, que, com o passar dos anos e da contínua importância que o tema vem adquirindo em diversas instituições da sociedade civil poderá ser a pauta de maior destaque (então decisiva) nas eleições. E, se o P.V quiser ser o protagonista desse “fazer política” deverá se reestruturar rapidamente, antes que o pior ocorra.
Seria de meu agrado ver no Brasil uma política séria para tratarmos o meio ambiente e suas ramificações temáticas. Nosso país com toda sua grandeza natural, poderia ser a chave para o futuro, respeitado e visto por todo o mundo como um exemplo de país que sabe respeitar suas riquezas, ambientais e étnicas.

sábado, 26 de março de 2011

Democracia Cosmopolita?


O título é bem sugestivo. O que pretendo tratar aqui tange duas problemáticas: teórica e realista. Teórica quando trato da democracia em seus princípios ideológicos (em si). Realista quando trato da democracia da vida prática, da ideologia objetivada (para si). A base desse artigo são as medidas contra o governo de Muammar Kadafi – cerco aéreo, bombardeios as tropas do exército e civis inocentes (para não sermos obscuros), etc. -.
A Organização das Nações Unidas, juntamente com os “exemplos” de sociedades democráticas (E.U.A, Inglaterra e França) e outros países da liga árabe, promoveram ataques aéreos ao país de Kadafi (Líbia), como medida de assegurar os movimentos de libertação do povo árabe que aquela região habita. Esses países, segundo seus discursos mundiais, reproduzem uma vontade única: que a democracia se espalhe pelo Oriente e, consequentemente, que os direitos humanos sejam soberanos.
Todo o mundo tem ou tinha acompanhado essa revolução pelos variados meios de comunicação disponíveis, tomando consciência do que se tratava tal levantamento popular. A condição da população Líbia é de extrema desigualdade, fragmentação política, desarticulação de uma sociedade civil organizada. Em resumo, fruto de um patrimonialismo barato ao Estado e caro à população. Patrimonialismo esse patrocinado pelos neo- imperialistas norte- americanos e britânicos (tomemos consciência). Para não fugirmos da empiria basta lembrarmos quando os E.U.A retiraram a Líbia do quadro de terroristas, abrindo as portas assim para um relação comercial imperialista, em que um fornecia petróleo e o outro armas e implantação de multinacionais . Com a Inglaterra a Líbia assinou em 2004 o “Acordo no Deserto”, que dava direito aos britânicos de explorarem o petróleo Líbio.
Agora as relações mudaram. As rédeas do conflito foram tomadas pelos países. E.U.A, Inglaterra e França bombardeiam a Líbia fazendo discursos democráticos para cima e para baixo, apoiando uma democracia cosmopolita. Mas, se pensarmos mais um pouco sobre esses discursos democráticos, veremos uma falácia pelo ar. Se a democracia deve ser cosmopolita por que também não atacam a China? Até onde eu sei e espero que vocês também saibam a China não tem nada de democrático, muito pelo contrário. Mas quem atacaria o país que mais cresce economicamente no mundo? Sendo assim, objeto que o interesse de E.U.A, Inglaterra e França não tem nada de democrático,mas sim de imperialista. A democracia desses países ditos democráticos não passa de se seus territórios, pois uma vez que passar, poderá se tornar um problema para eles mesmos, pondo suas condições de exemplos de sociedade pelo ralo. O interesse não é apenas econômico; é moral, ético, social, político, etc., tudo dentro do padrão capitalista moderno.
A ideia de Democracia Cosmopolita, na sociedade em que vivemos, é mera profecia.