Ontem, dia 19 de maio, assistindo a final da Liga dos Campeões me ocorreu de ser levado a varanda de meu apartamento por um surto histérico de ordem transcendental. Era a "marcha para Jesus". Em muito me intrigou aquela caminhada; comecei a me perguntar por que o movimento estudantil em Juiz de Fora não toma proporções desta caminhada, por que a marcha da maconha também não, ou qualquer outra manifestação política. Mas logo desanimei de procurar tais respostas, pois não passava de comparações românticas que me vieram pelo fato.
Hoje pela tarde, trocando pernas pelo centro parei numa banca e vi que eram cerca de 50 mil pessoas em tal movimento. Confesso que ,me assustei. Assustei pelo número de pessoas que tal "bandeira" levantou e por cartazes que hoje via Facebook pude ver, que eram erguidas a fim de dizer que Casamento do mesmo sexo era "PECADO". A partir dai comecei a imaginar se tal movimento começa a tomar proporções políticas mais aprofundadas. Não quero de forma alguma reduzir o espaço político que tal grupo tem por direito na esfera pública do debate, mas com essa ética dos fins últimos penso que deva haver mecanismos institucionais que ponham constrangimentos a essa agenda, se é que podemos chamar de agenda. Sei que pareço negativista, afinal é uma preocupação.